Olha o nível!

Softwares ajudam a avaliar o grau de stress das pessoas, facilitando a busca de tratamentos para quem não agüenta mais tanta pressão
Greice Rodrigues

Estressados somos todos. Resta saber se somos mais ou menos estressados do que o colega da mesa ao lado, do que o motorista do carro da frente ou do que o indivíduo que amarga a espera na fila do banco. E essa comparação não deve ser vista como uma brincadeira ou como um mero exercício de imaginação. Num mundo repleto de stress, essa informação – a que indica o nível do desgaste de cada um – torna-se cada vez mais importante para o tratamento de um dos males mais disseminados dos tempos atuais. Afinal, os meios que serão usados para o combate do mal dependerão do grau de vulnerabilidade de cada um. É por isso que vários especialistas têm se esforçado para criar recursos capazes de fazer essa medição.

Nessa área, há algumas novidades. Uma delas é um software chamado Bio Express System. Esse programa de computador, já disponível em algumas clínicas especializadas, mede a variabilidade do ritmo cardíaco (a diferença de tempo entre uma batida e outra do coração) do indivíduo. Os dados permitem identificar se a pessoa está em uma das três fases do stress. O exame é relativamente simples. Sensores que captam os batimentos são colocados na altura do tórax. As informações coletadas são transformadas pelo programa em gráficos de fácil interpretação pelos especialistas. A partir do diagnóstico, parte-se para o tratamento. “A terapia envolve equipe multidisciplinar e passa por mudanças na alimentação, na aplicação de acupuntura e na prática de técnicas de respiração e de massagens específicas”, afirma o nutrólogo Marcelo de Almeida Valio, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Funcional (SBMF). Essa especialidade, aliás, ainda é pouco conhecida no Brasil. Ela tem como princípio tratar os distúrbios físicos e emocionais em conjunto e não apenas os sintomas. No sábado 12, a entidade promoverá, em São Paulo, o I Simpósio Internacional de Gerenciamento do Stress. “Será um encontro de profissionais de diversas áreas que trocarão experiências sobre o tratamento de um problema que afeta milhões de pessoas”, destaca Valio.

A utilização de recursos como o Bio Express System é cada vez mais comum nas clínicas de tratamento de stress. Para a psicóloga Ana Maria Rossi, da Clínica de Stress e Biofeedback, de Porto Alegre, esses aparelhos oferecem informações fundamentais para composição dos diagnósticos. A especialista, uma das mais renomadas na área, recorre também a um software que possibilita o descobrimento do estágio do desgaste. “Depois, cabe ao profissional descobrir as causas”, explica Ana. Foram sinais como cansaço extremo, tensão muscular e lapso de memória que levaram a paulistana Kátia Zanardo, 30 anos, a procurar ajuda médica. “A gente acha que não é nada sério e vai deixando passar o tempo. Há dois anos venho tentando administrar esses sintomas sozinha, mas chegou a um ponto que não estava conseguindo nem dormir mais”, conta Kátia. Depois de passar pela avaliação do Bio Express, ela recebeu a notícia de que estava na fase dois do stress. “Já voltei a fazer caminhadas e estou me preparando para as sessões de acupuntura e de relaxamento. Espero pelo menos voltar a dormir bem”, diz.

Fonte: (http://www.istoe.com.br/reportagens/14354_OLHA+O+NIVEL+)

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